Imagem: Projecto Veeco
Tem apenas dois lugares e três rodas, gasta um euro ou menos para fazer 100 km e tem autonomia para cerca de 400 km graças à sua elevada eficiência: é o Veeco, o primeiro veículo elétrico português!
Desenvolvido em consórcio pela empresa familiar do Entroncamento VE-Veículos Elétricos e o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, o primeiro protótipo custou cerca de 1,5 milhões de euros, dos quais 900 mil financiados por fundos comunitários e está pronto desde o início de 2012. A produção industrial está dividida entre várias empresas portuguesas parceiras do projeto, e o preço rondará 23 a 25 mil euros, já com baterias incluídas.
O custo elevado dos veículos elétricos será, ainda, um dos principais desmotivadores da adesão à tecnologia em Portugal, apesar dos incentivos fiscais e do subsídio a abate que vigora até ao fim do ano. Segundo fonte do Governo, até ao início de agosto, apenas 58 portugueses beneficiaram do subsídio de 4500 euros para trocar o veículo convencional por um elétrico ou híbrido. Até maio, venderam-se apenas 187 carros elétricos e 97 híbridos. “Ao todo, teremos cerca de mil veículos deste género em Portugal”, adianta Helena Silva, diretora executiva do CEIIA, o cluster da mobilidade.
A Nissan, Mercedes, Renault, Opel, Peugeot e VW comercializam modelos exclusivamente elétricos em Portugal que, mesmo com subsídios ou campanhas de retoma, não custam menos de 15 500 euros e obrigam ao pagamento do aluguer mensal das baterias, um valor que fica entre 50 e 79 euros. A grande vantagem está no custo de utilização: ronda um euro por cada 100 km percorridos ou menos, enquanto o carregamento nos postos públicos portugueses ainda não tem qualquer custo.
A EDP tem uma campanha, até ao final do ano, que oferece descontos na conta da luz e do gás e um ano de eletricidade aos clientes que adquiram um veículo elétrico (ou híbrido) a um dos oito parceiros automóveis.
O objetivo nacional é ser, a seguir à Índia e à Holanda, o terceiro país com mais quota nos 20 milhões de veículos elétricos e híbridos que deverão circular até 2020, no âmbito do projeto da Agência Internacional de Energia, no qual Portugal participa. Um valor ambicioso face ao stock atual, mas realista, dado o crescimento rápido da tecnologia, que vai permitindo descer os preços dos veículos, e o impulso que o escândalo das emissões da VW (e de outras marcas) vieram dar aos veículos “limpos”.
Fonte: Jornal de Noticias