Ensino Superior: número de alunos a subir desde 2012

Este ano há quase cinco mil alunos que entraram na licenciatura e não se matricularam. Reitores apontam várias causas para esta tendência.

Há cada vez mais alunos a entrar numa universidade ou politécnico público mas que acabam por não se matricular no curso onde foram colocados – uma tendência que, segundo os dados oficiais divulgados pelo Ministério do Ensino Superior, tem vindo a subir consecutivamente, pelo menos, desde 2012.

Segundo os resultados da 2.a fase do concurso nacional de acesso ao superior, hoje divulgados, este ano foram quase cinco mil (4836) os estudantes que, na primeira fase de acesso ao superior, foram colocados numa licenciatura, mas que desistiram de se matricular – mais 137 face ao ano passado.

Os reitores e os presidentes dos politécnicos ouvidos pelo i apontam várias razões para esta tendência. Desde já, há alunos que, apesar de serem colocados no ensino superior em Portugal, acabam por optar por ir para uma universidade no estrangeiro, desistindo da universidade ou politécnico onde foram colocados em Portugal.

Outra razão apontada pelos reitores passa pelo curso em que os alunos são colocados. Apenas 50% dos estudantes que entraram na 1.a fase do concurso de acesso ao superior entram no curso que querem. “Percebendo que restam vagas em cursos que preferem, optam por não se matricular e concorrer na 2.a fase”, aponta ao i o presidente do Conselho de Reitores (CRUP), António Cunha.

Há ainda casos de estudantes que, acrescenta António Cunha, não se matriculam para “tentarem aproximar-se de casa”. No entanto, esta tendência deverá ser mais significativa entre os politécnicos, já que entre as universidades estas alterações “não são significativas”, remata o presidente do CRUP.

Para os politécnicos, a desistência dos alunos das matrículas nos cursos resulta do “desfasamento acentuado” entre o número de candidatos e o número de vagas. “Há muito mais vagas disponíveis do que candidatos ao ensino superior. Há alunos que percebem que acabam por conseguir entrar no curso que querem na 2.a fase”, explica ao i o presidente do Conselho Coordenador dos Politécnicos (CCISP), Joaquim Mourato.

Questionado pelo i, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) diz apenas que “a decisão dos estudantes colocados de não procederem à matrícula é uma decisão pessoal”.

Mais 167 colocados face a 2015 “Este ano assistimos também a um aumento significativo de matrículas no ensino superior, em valores que não tínhamos desde 2010”, disse o primeiro-ministro. No entanto, a par do que aconteceu na 1.a fase do concurso de acesso – quando entraram apenas mais 890 alunos face ao ano passado –, também quando comparados os resultados da 2ª fase se verifica que o “aumento significativo” de alunos se fica pelos 167 estudantes.
Os resultados divulgados pela tutela de Manuel Heitor mostram que foram colocados na 2.a fase do concurso 9577 estudantes. No ano passado foram 9410 os alunos que, na mesma altura, entraram para uma universidade ou politécnico.

O “aumento significativo” de que António Costa fala deu-se, sim, entre 2014 e 2015, quando houve mais 4290 estudantes que entraram na 1.a fase do concurso, e também na 2.a fase entraram mais 808 alunos.

Houve 19 413 estudantes que se candidataram nesta fase do concurso –mais 1163 face a 2015.

Ficaram por preencher 5166 vagas que vão ficar disponíveis para a última fase do concurso nacional de acesso, que arranca entre 6 e 10 de outubro.

Os cursos de Engenharia foram os que ficaram com mais vagas por preencher. Cerca de 25% (1317) das 5166 vagas que não colocaram qualquer aluno são de licenciaturas das engenharias. Seguem-se os cursos de ciências empresariais, com 635 vagas vazias, e as artes, com 469 lugares disponíveis.

Os dados do MCTES revelam que, apesar do aumento do número de candidatos nesta fase, faltam ainda colocar 25 715 estudantes durante a 3.a e última fase do concurso nacional e os regimes especiais para que o governo atinja a estimativa de ter este ano 78 250 estudantes nas universidades e politécnicos públicos.

Fonte: Sapo.pt

29 Setembro, 2016

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